Por Licia Mangiavacchi
À medida que 2026 se aproxima, profissionais voltam o olhar para as redes sociais não apenas como vitrines de conteúdo, mas como canais estruturados de aquisição e relacionamento com potenciais pacientes. O Brasil ultrapassa 170 milhões de usuários ativos nas redes, com 90% acessando plataformas diariamente. Isso significa acesso constante à atenção das pessoas — e atenção é um ativo comercial.
Segundo a especialista em estratégia e posicionamento médico, Fernanda Utrini, o verdadeiro resultado digital não vem de publicar com frequência ou de perseguir likes, mas de posicionar-se de forma clara, diferenciada e consistente diante do público certo. Para ela, o primeiro passo é um diagnóstico profundo do público: “Não se trata de falar com todo mundo. É saber quem decide, quem busca, quem precisa e quem valoriza aquele serviço. Quando entendemos dores, comportamentos e objeções, o conteúdo deixa de entreter e passa a converter.”
Utrini reforça que métricas devem ser analisadas sob a ótica de resultado real: não apenas alcance ou engajamento, mas interesse qualificado, leads, agendamentos, conversões e recorrência.
Outro princípio essencial é a consistência de posicionamento. Para Utrini, marcas fortes não apenas publicam com frequência, mas ocupam um território estratégico: o da confiança. “Nas redes, a percepção de autoridade faz diferença direta na tomada de decisão. A comunicação precisa gerar proximidade, mas não à base de simpatia e sim de domínio técnico, clareza e segurança.”
Para 2026, ela aponta três diferenciais para quem quer crescer no digital:
- posicionamento claro e memorável
- conteúdo que resolve dúvidas e gargalos de decisão
- relacionamento digital que cria confiança antes da consulta
Utrini destaca ainda a necessidade de ferramentas que suportem análise e previsibilidade: agendamento de conteúdo, leitura de indicadores, segmentação de anúncios e acompanhamento do funil digital. “Digital não é improviso. É gestão. Sem previsibilidade de conversão, não há crescimento sustentável.”
Para profissionais liberais, especialmente médicos, Fernanda recomenda metas realistas e estruturadas: menos volume de conteúdo e mais intenção estratégica. Não é sobre estar presente em todas as plataformas, ou buscar muitos seguidores, mas em se tornar referência para quem precisa daquele serviço.
Ela reforça: “A rede social é o primeiro consultório. O contato inicial muitas vezes acontece ali. Por isso, cada peça de conteúdo deve aproximar o público da conversão — seja por esclarecimento, redução de medo, explicação técnica acessível ou demonstração de experiência.”
Na visão da especialista, 2026 será o ano das marcas que abandonarem a vaidade digital e adotarem um pensamento empresarial sobre a comunicação: posicionamento que atrai, conteúdo que educa, relacionamento que gera confiança e confiança que vira prestação de serviços.